
A invasão de americanismos no nosso
cotidiano hoje é epidêmica, e chegou a uma espécie de ápice do ridículo quando
"entrega" virou "delivery". Perdemos o último resquício de
escrúpulo nacional quando a nossa pizza, em vez de entregue, passou a ser
"delivered" na porta. Isto não é xenofobia nem anticolonialismo
cultural americano primário, nem eu acho que se deva combater a invasão com
legislação, como já foi proposto. O inglês, para muita gente, é a língua da
modernidade. Todos queremos ser modernos e, nem que seja só na imaginação, um
pouco americanos. E nada contra quem prefere ser "plus" a ser mais e
ter "size" em vez de altura ou largura. Só é triste acompanhar esta
entrega - ou devo dizer "delivery"? - de identidade de um país com
vergonha da própria língua.
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