"Diga com quem anda que lhe direi quem és"
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A renovação política, muitas
vezes vista como uma esperança de mudança, pode se tornar uma decepção quando
os novos políticos acabam sendo apadrinhados por figuras tradicionais
envolvidas em práticas questionáveis. Esse fenômeno, comum em vários contextos
eleitorais, reflete a dificuldade de romper com estruturas de poder já
estabelecidas.
Em Paulo Afonso, o candidato
Marcondes Francisco (PP), que já é um ancião político e, portanto, está longe
de se traduzir em renovação, ainda traz consigo o apoio de Mário Júnior
Negromonte cujo clã já se perpetua no poder no município de Glória e tem como
sonho de consumo a prefeitura de Paulo Afonso. Também com Marcondes Francisco
está Anilton Bastos (MDB) que já administrou a cidade por três vezes, mas não
quer largar o osso.
Mário Galinho (psd), por sua vez,
está alinhado ao seu padrinho político e criador, Raimundo Caires que
transformou Paulo Afonso em uma casa da mãe Joana e a Pedro Macário (DEM) que
conta com sete mandatos de vereador e, apesar de ser octogenário, quer
continuar bebendo na fonte. Em outras palavras, Mário Galinho tem Raimundo
Caires como Padrinho político e Marcondes Francisco, Pedro Macário e Anilton
Bastos tomam a bênção a Luis de Deus, enquanto Mário Júnior tem por padrinho
seu próprio pai, que com Luis de Deus e Raimundo Caires, forma a trinca do que
há de mais arcaico na política pauloafonsina.
Os chamados "novos
políticos", que muitas vezes entram na política com discursos de inovação
e transformação, firmam alianças com figuras antigas que detêm controle sobre a
máquina partidária ou que possuem capital político e econômico para financiar
campanhas. O problema surge quando esses velhos padrinhos políticos trazem
consigo práticas corruptas, favorecimentos e acordos escusos que contradizem as
promessas de renovação e ética.
Dessa forma, o eleitorado, que
muitas vezes deposita sua confiança na juventude e na promessa de mudança, pode
acabar frustrado ao perceber que as práticas antigas continuam a ditar o jogo
político. Para romper com esse ciclo, seria fundamental que os novos políticos
mantivessem sua independência e compromisso com a transparência, recusando
acordos que comprometem sua integridade e a confiança da população. Caso
contrário, eles se tornam apenas mais uma peça no tabuleiro de uma política
antiga, perpetuando o sistema que tanto prometiam mudar, como é o caso dos
políticos acima citados.
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