Recente pesquisa do Datafolha mostrou que o ex-presidente Lula influencia o eleitorado paulistano mais que qualquer outro político. Obviamente que toda essa empatia do eleitor para com Lula é reflexo de tudo que ele fez e representa para o Brasil. Em nível local, respeitando as devidas proporções, há também uma grande empatia do eleitorado pauloafonsino pelo ex-prefeito Raimundo Caíres. Isto fica claro na acentuada preocupação do atual prefeito Anilton Bastos que tenta, a todo custo, cooptar o máximo possível de aliados políticos, inclusive antigos desafetos. A estratégia do prefeito é fortalecer a sua base minando os adversários usando, para tanto, o poder da máquina pública; todavia o risco em tal aposta parece muito alto uma vez que esta atitude pode muito facilmente se converter no verdadeiro ouro de tolo. O grupo de Anilton sabe, embora não queira deixar transparecer, que a candidatura de Raimundo não pode ser subestimada haja vista que há um forte apelo popular, principalmente nas estratificações sociais mais inferiores, para o retorno de Caires uma vez que foram amplamente beneficiadas pela política social do ex-prefeito. Em contrapartida a máquina pública também deve ser levada em consideração, pois esta age como um verdadeiro rolo compressor e, é claro, Anilton vai saber tirar proveito disto. Além de Raimundo por si só já ser uma pedra no sapato de Anilton, para entornar o caldo ainda mais há uma ampla possibilidade de união entre Caires e o também ex-prefeito Paulo de Deus. O acordo entre os dois ex-prefeitos está sendo mediado por Lula Cabeleira, prefeito da vizinha cidade Delmiro Gouveia. Empresário bem sucedido, o prefeito alagoano parece está descontente com Anilton Bastos que não teria honrado compromissos assumidos em campanha. O fato é que caso a união entre Caíres e Paulo se concretize o cenário político se transforma radicalmente obrigando Anilton a repensar sua estratégia. Depois de ter anunciado sua aposentadoria política, o ex-deputado estadual Luis de Deus voltou à cena anunciando que vai coordenar a campanha do seu apadrinhado Anilton Bastos. O caudilho democrata talvez antevendo uma nova efeméride da esquerda local abortou sua aposentadoria para urdir em favor do seu pupilo. E o grupo de Mário Negromonte, como fica nessa história? Antigo objeto de desejo do ministro parece que não será ainda dessa vez que a prefeitura de Paulo Afonso será administrada pelo clã dos Negromonte. Isso porque o candidato em potencial seria seu filho o deputado Mário Júnior, mas seria um risco apostar suas fichas numa candidatura ao Executivo Municipal depois do jovem deputado ter sido o segundo mais votado do Estado. Abrir mão do mandato legislativo comprometeria suas bases eleitorais. Obviamente que são um tanto quanto prematuras quaisquer conjecturas agora uma vez que estamos a um ano das eleições, mas em política não se pode dar tempo ao tempo.