Ex-juiz e ex-ministro culpa advogada por erro na elaboração


O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-juiz federal Sergio Moro confessou ter plagiado um artigo publicado pelo site Consultor Jurídico. A descoberta foi feita pelo advogado Marcelo Augusto Rodrigues de Lemos, que alega que Moro e a advogada Beathrys Ricci Emerich, co-autora do texto, copiaram um trecho de seu trabalho em um artigo publicado na revista Relações Internacionais no Mundo Atual, da Unicuritiba. A informação foi publicada pelo portal Metrópoles.
Lemos escreveu o texto na ConJur em setembro do ano passado. A edição da revista em que o trabalho de Moro e Emerich foi publicado tem data de abril/junho de 2019. No entanto, a bibliografia feita pela advogada revela que, na verdade, o texto foi produzido depois de abril deste ano, o que é confirmado por postagens de Emerich em redes sociais.
Moro reconheceu que seu artigo, que trata de lavagem de dinheiro do crime organizado por meio do pagamento a advogados, tem trechos que foram copiados do texto de Lemos, que fala sobre o aviltamento do livre exercício da advocacia em tempos de crise. Segundo o ex-juiz da Operação Lava Jato, a culpa pelo plágio foi da advogada, que foi orientada por ele na elaboração do artigo.
Após a revelação do plágio, o texto de Moro e Emerich foi retirado dos arquivos da Unicuritiba. A advogada reescreveu o artigo e pediu desculpas ao ex-ministro na introdução do novo texto. "Aproveito a oportunidade para iniciar este trabalho retratando-me, juntamente com o meu coautor, Sr. Sérgio Moro, pelo erro metodológico que cometi, ao omitir inadvertidamente no presente estudo as referências à citação de um parágrafo do artigo científico de autoria do ilustre jurista, Dr. Marcelo Augusto Rodrigues de Lemos. A mencionada citação está devidamente corrigida metodologicamente, mediante a inclusão da referência em nota de rodapé. Além de pedir desculpas ao nobre jurista pelo ocorrido, declaro que as suas ideias sobre o presente tema inspiraram-me na elaboração deste artigo científico", disse a jurista. (Metro1)