Cristiano Girão foi vereador do Rio até 2009, quando foi condenado por chefiar a milícia da Gardênia Azul, na zona Oeste
Depois de ficar preso por oito anos, condenado pelo crime de formação de quadrilha, Girão foi beneficiado por um indulto em agosto de 2017 - Reprodução |
As páginas de jornais e sites de notícias estampam nesta quarta-feira (9) o nome do ex-vereador do Rio de Janeiro Cristiano Girão ao lado do oficial da Polícia Militar aposentado Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco e Anderson Gomes há dois anos.
A investigação tem como foco outro duplo assassinato, no entanto, pela semelhança entre os crimes, a polícia considera que os detalhes podem representar um passo importante na apuração sobre a morte da ex-vereadora. Ronnie Lessa é figura conhecida do noticiário após ser investigado e preso no ano passado. Mas afinal, quem é Girão?
Cristiano Girão Matias foi vereador do Rio pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN), hoje não tem mais filiação partidária. Em 2009, foi condenado por chefiar a milícia da Gardênia Azul, em Jacarepaguá, zona Oeste do Rio, e perdeu o mandato.
Depois de ficar preso por oito anos, cumprindo pena por formação de quadrilha, ele foi beneficiado por um indulto em agosto de 2017 e está em liberdade condicional desde então. Girão cumpriu a maior parte da pena nos presídios federais de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul e, por último, em Porto Velho, em Rondônia.
O ex-vereador já apareceu em uma das linhas de investigação da polícia no caso Marielle. No entanto, ainda na primeira fase do inquérito, a suspeita foi descartada. Seu nome era um dos listados no relatório da “CPI das Milícias”, presidida por Marcelo Freixo (Psol) e que tinha Marielle na equipe. O relatório foi concluído em 2008.
Lessa, Girão e outros dois homens foram alvo de mandados de busca e apreensão das equipes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na manhã desta quarta-feira (9).
Os mandados fazem parte a operação “Déjà vu”, que investiga os assassinatos do ex-policial André Henrique da Silva, o André Zóio, e de sua companheira, Juliana Sales de Oliveira, em 2014, na Gardênia Azul.
Segundo as investigações, as caraterísticas do crime de 2014 são parecidas com a organização montada para matar Marielle e Anderson quatro anos depois: tiros disparados de dentro de um carro contra os ocupantes de outro veículo, impedido de continuar o trajeto pelos criminosos.
Para os investigadores, a sequência de tiros com o carro em movimento, o duplo homicídio – embora o alvo fosse apenas um dos ocupantes do veículo – e a precisão dos disparos indicam que o crime tem a assinatura de Lessa.
O ex-PM teria sido contratado por Girão para executar o crime. O casal, Juliana e Zóio, foi morto dentro de um Honda Civic prata, fechado por um Fiat Doblo prata ocupado por três homens em frente à sede da Associação de Moradores da Gardênia. Zóio levava a companheira para o trabalho. Os dois foram fuzilados com 40 tiros. O crime estaria relacionado à disputa pelo poder da Gardênia.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
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