Menos de um mês após ser reeleito, Covas sancionou lei que reajusta o próprio salário de R$ 24,1 mil para R$ R$ 35,4 mil e permite realocação de recursos do orçamento para garantir o pagamento. Efeito cascata pode gerar rombo de R$ 500 milhões


Reeleito prefeito de São Paulo nas últimas eleições com discurso de contenção de despesas, Bruno Covas (PSDB) sancionou o aumento de 46% no próprio salário e passará a ganhar R$ 35.462 a partir de janeiro de 2022.

A portaria, publicada na edição desta quinta-feira (24) do Diário Oficial do município, ainda reajusta os salários do vice-prefeito, que passarão a receber R$ 31.915,80, e dos secretários municipais, para R$ 30.142,70, a partir de janeiro de 2022.

“As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário”, diz o dispositivo terceiro da Lei, que permite a realocação de recursos do orçamento para pagamento do reajuste aos cargos do Executivo municipal.

Câmara
O reajuste dos salários foi aprovado por 34 votos a favor e 17 contrários em sessão da Câmara paulistana nesta quarta-feira (23), ao apagar das luzes do legislativo.

O último reajuste no salário do prefeito da capital havia sido feito em 2012, quando o mandatário passou a ganhar R$ 24.175,55.

O valor serve como teto da remuneração do funcionalismo municipal. Algumas categorias vinham pressionando pelo aumento, para que pudessem ver seus vencimentos subirem também.

O gabinete do vereador Police Neto (PSD) – que votou contra o projeto – estima em quase R$ 500 milhões por ano o “efeito cascata” do reajuste sobre a folha salarial, incluindo salários de ativos e inativos da prefeitura, da Câmara e do Tribunal de Contas do Município.