O relatório é um dossiê de mal feitos do governo de Bolsonaro, entre eles: "promover políticas que contrariam os direitos das mulheres e os direitos das pessoas com deficiência, atacar a mídia independente”, entre outros


A 31ª edição do Relatório Mundial sobre a situação dos direitos humanos no mundo, editada pela organização não governamental HRW (Human Rights Watch) e divulgada na manhã desta quarta-feira (13), afirma que o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) tentou sabotar medidas de combate ao novo coronavírus.

O relatório diz ainda que o presidente “promoveu políticas que contrariam os direitos das mulheres e os direitos das pessoas com deficiência, atacou a mídia independente e organizações da sociedade civil e enfraqueceu os mecanismos de fiscalização da legislação ambiental”.

A longa lista de acusações a Bolsonaro no relatório afirma, entre outras coisas, que ele “acusou, sem qualquer prova, indígenas e organizações não governamentais de serem responsáveis pela destruição da floresta”; “fez ataques a jornalistas”; seu ministério da Justiça “produziu um relatório confidencial sobre quase 600 policiais e três acadêmicos identificados como ‘antifascistas'”.

O levantamento afirma também que a polícia matou, no Brasil, 6.357 pessoas, “uma das maiores taxas de mortes pela polícia no mundo. Quase 80% das vítimas eram negras. As mortes causadas por policiais aumentaram 6% no primeiro semestre de 2020”.

Anna Lívia Arida, diretora adjunta da HRW no Brasil, afirmou em nota distribuída à imprensa, que Bolsonaro “expôs a vida e a saúde dos brasileiros a grandes riscos” ao longo da pandemia do novo coronavírus.

“O presidente Bolsonaro minimizou a Covid-19, a qual chamou de ‘gripezinha’; recusou-se a adotar medidas para proteger a si mesmo e as pessoas ao seu redor; disseminou informações equivocadas; e tentou impedir os governos estaduais de imporem medidas de distanciamento social. Seu governo tentou restringir a publicação de dados sobre a Covid-19. Ele demitiu seu ministro da saúde por defender as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), e seu substituto deixou o cargo no ministério em razão da defesa do presidente de um medicamento sem eficácia comprovada para tratar a Covid-19”, diz o relatório.