O secretário de Infraestrutura de Alagoas, Maurício Quintella, publicou na noite desta quarta-feira (16) um pronunciamento desmentindo e rebatendo falas de um vídeo divulgado pelo ministro do Desenvolvimento Regional de Bolsonaro sobre o Canal do Sertão, maior obra hídrica de Alagoas e da região Nordeste, que já atende mais de 400 mil alagoanos do Semiárido.

“Eu fico espantado com essas coisas. A gente ver o ministro do Desenvolvimento Regional de Bolsonaro fazendo mais um ataque a Alagoas e ao Nordeste. O pretexto da vez foi o Canal do Sertão, obra que só tem 5% de recursos desse Governo. 95% do valor já investido na obra foi dos governos anteriores a ele”, disparou o secretário.

Quintella ressaltou que a atual gestão federal pouco fez para que a obra avançasse e que agora estaria tentando posar de responsável por um empreendimento que vive sérios problemas de repasse de verba da União. “Tivemos imensas dificuldades para que essa pequena contribuição do Governo Bolsonaro chegasse ao Nordeste e a Alagoas, para que o Trecho 4 fosse concluído. A nossa população, principalmente no Sertão, se lembra dos problemas causados pelos atrasos de lá de Brasília. Teve até ameaça de greve nos canteiros por falta de pagamento. As obras do Canal ficaram quase paralisadas por causa deles”, argumenta. 

O secretário foi bastante enfático ao rebater o que chamou de “Fake News” sobre supostos entraves legais para a continuidade do Canal e disse que o governo de Alagoas vai buscar uma agenda com a bancada federal para apresentar todas as documentações relativas à obra e fazer uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que acione o ministério por suspensão de obra pública por perseguição política.

“Pra azar deles, o governo de Alagoas cumpriu todas as recomendações do TCU, realizou uma nova licitação com mais de 50% de redução nos custos e está totalmente apto a receber recursos para a construção do Trecho 5, que vai levar água do Rio São Francisco para a Bacia Leiteira, possibilitando irrigação e abastecimento para toda a população da região.  O motivo da nossa surpresa é que  o ministro sabe perfeitamente de tudo isso; temos toda a documentação que foi encaminhada ao seu ministério!”, afirma o secretário.

Para Quintella, está claro que o vídeo foi mais uma tentativa de propagar notícias falsas do governo Bolsonaro, com uso estritamente político para prejudicar o estado de Alagoas. “Está claro que isso tinha objetivos eleitoreiros e uma forte dose de discriminação e perseguição contra Alagoas e seu povo. E isso nós não podemos aceitar!”.