greja evangélica sorteia espingarda calibre 12 no Espírito Santo. "Estamos muito orgulhosos disso, a arma é para o cidadão de bem, para a defesa de sua família", diz pastor. Rifar armas e munição é proibido por decreto federal e por uma portaria do Ministério da Economia


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Não há limites para o clima de ódio e de armamentismo que precede a eleição presidencial de 2022. No Espírito Santo, a igreja evangélica Povo da Cruz está sorteando uma espingarda calibre 12 para os fiéis.

A igreja está vendendo 250 bilhetes de uma rifa, por R$ 100 cada um, para conseguir recursos para investimentos, alega o pastor. O anúncio do sorteio foi publicado nas redes sociais pela igreja. Rifar armas e munição é proibido por decreto federal e por uma portaria no Ministério da Economia.

“Estamos muito orgulhosos disso [sorteio da arma] porque nossa igreja está se mudando para um novo local e nós comunicamos aos amigos para que eles pudessem nos ajudar com algum tipo de oferta ou alguma coisa que eles tivessem que pudéssemos vender […] foi aí que um amigo querido que é colecionador de armas sugeriu a possibilidade de doar uma espingarda calibre 12 e para estarmos sorteando e obviamente que nós aceitamos essa oferta”, informou o pastor Dinho Souza.

De acordo com a igreja, o sorteio da arma será realizado quando todos os bilhetes forem vendidos e a rifa arrecadar R$ 25 mil. A Povo da Cruz também informou que o vencedor deve estar devidamente habilitado para portar a espingarda.

Sobre o fato do objeto sorteado na rifa ser uma arma, ele disse que não vê nenhum problema. “Muitas pessoas não conseguem compreender essa mentalidade. Nós respeitamos os pensamentos contrários. Não temos problema com isso porque o armamento é para o cidadão de bem. Nós incentivamos a todo homem de bem que tenha uma arma para defesa da sua família”, disse o pastor.

O pastor Dinho Souza falou ainda que a arma não será para criminosos. “Essa arma não vai ser pra bandido porque bandido não pode ter arma. Não tem direito a arma. Essa arma será justamente para que o cidadão de bem possa se defender dos bandidos”, disse.

Armas e munição fazem parte de uma lista de objetos que não podem ser sorteados, de acordo com o decreto nº 70.951 do governo federal, que dispõe sobre a distribuição gratuita de prêmios, mediante sorteio, vale-brinde ou concurso.

Em seu artigo 10º, o decreto diz que “não poderão ser objeto de promoção, mediante distribuição de prêmios medicamentos, combustíveis e lubrificantes, armas e munição assim como explosivos, fogos de artifício ou de estampido, bebidas alcoólicas, fumo e seus derivados”.

Uma portaria de 2020 do Ministério da Economia também proíbe a prática. Segundo a norma, não poderão ser objeto de operação filantrópica, mediante distribuição de prêmios “armas e munições, explosivos, fogos de artifício ou de estampido, bebidas alcoólicas, fumo e seus derivados”.

Por pragmatismopolitico.com.br