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Por bnews.com.br

 Lideranças da União do Vegetal, religião exotérica que, entre outras práticas, faz uso do chá de Ayahuasca, exigiram que seus fieis apoiassem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante as últimas eleições. Além disso, houve participação de membros nos atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas, inconformados com a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), destruíram a sede dos três poderes em Brasília.

Além do ritual de uso do chá de ayahuasca, a religião também se diz defensora de princípios de paz e preservação das florestas. O chá de ayahuasca tem um forte poder alucinógeno.

O apoio a Bolsonaro fez a religião entrar em crise, como revelou reportagem do jornal Folha de São Paulo. Membros ficaram incomodados com o discurso político de lideranças e o caso chegou à Justiça com o pedido de proibição temporária do uso do chá e de investigações da utilização da bebida de forma descontextualizada, com doutrinação ideológica a favor do golpismo.

O uso do chá é permitido somente em rituais religiosos, de acordo com a legislação brasileira. Segundo relatos feitos ao veículo, desde 2018 houve uma escalada de doutrinação ideológica dentro da religião.

Um dos expoentes da religião é o empresário Luís Felipe Belmonte, um dos organizadores da tentativa frustrada de criar a Aliança pelo Brasil, partido que pretendia abrigar os apoiadores de Bolsonaro.

Uma outra liderança é Raimundo Monteiro, de 88 anos, que enviou mensagens a membros da União do Vegetal alegando que havia duas agendas políticas antagônicas disputando o poder no Brasil.

"Não se trata aqui de cercear os direitos de cidadania dos nossos filiados, mas de lembrá-los que, acima das ideologias (sejam elas quais forem) e dos interesses políticos, estão os princípios morais e espirituais da doutrina da União do Vegetal", orientou Monteiro.