A declaração foi feita durante o Jornal da Cidade desta quarta-feira (6), na Rádio Metropole


Foto: Carlos Macedo / Cia Das Letras/Divulgação

Vencedor do Prêmio Jabuti 2021, a obra ‘O Avesso da Pele’ tem sido alvo de censura em instituições de ensino do Rio Grande do Sul, após alegações de que o romance literário abarcava “conteúdos eróticos”.  O autor do livro, Jeferson Tenório, refutou as acusações e apontou a similaridade deste tipo de conduta com a de regimes militares.

"Recebi com surpresa, primeiro o vídeo de uma escola de Santa Cruz do Sul dizendo absurdos sobre o livro, dizendo que se tratava de um livro erótico para adolescentes e crianças, o que é completamente deturpado. O livro não é sobre isso, é justamente sobre o racismo, o racismo estrutural, sobre a violência policial e sobre o quanto as pessoas negras sofrem com o racismo no Rio Grande do Sul”, iniciou o escritor.

Tenório também criticou a decisão do Núcleo Regional de Educação de Curitiba, que solicitou a recolha dos exemplares de ‘O Avesso da Pele’ das escolas localizadas no município. O escritor defendeu que “ninguém tem o poder de fazer a recolha de livros de uma escola”, por ser um “atentado contra a Constituição”.

"Os pais, a comunidade, a direção, deputado, vereador, presidente, ninguém tem o poder de fazer a recolha de livros de uma escola. Isso é um atentado contra a Constituição, é inconstitucional, você fazer algo desta natureza, que remonta justamente o período do regime militar. O perigo é justamente esse cerceamento à informação, à educação, ao direito à leitura, ao direito à cultura. A gente entra em um campo muito perigoso e às vezes é um caminho sem volta”, acrescentou.



Por metro1.com.br