Prezados(as) cidadãos(ãs) pauloafonsinos(as) e estimados colegas de trabalho, gostaria de me dirigir a todos vocês com o objetivo de desabafar acerca do assédio que estamos sofrendo. Este é um momento crucial em que nossa dedicação, união e compromisso com o bem comum serão fundamentais para garantir um futuro próspero para nossa cidade, desde que sejamos livres para votar em quem quisermos.

É essencial que, juntos, busquemos soluções inovadoras para os problemas que nos afligem, sempre com base no diálogo, no respeito às diferenças e no compromisso com o interesse coletivo. A contribuição de cada cidadão é indispensável para a consolidação de um projeto comum que valorize o trabalho, a educação, a saúde e os direitos fundamentais de todos, mas sempre com respeito às escolhas individuais como preconiza nossa Constituição.

Caros senhores(as),

Eu, servidora pública municipal, me dirijo a todos vocês, munida de um sentimento que mistura indignação, cansaço e, acima de tudo, uma profunda tristeza. Ao longo dos últimos oito anos nós, servidores municipais, enfrentamos uma realidade que vai além das dificuldades esperadas para quem serve ao público. A falta de condições básicas de trabalho tornou-se nossa rotina, e o que deveria ser um serviço digno para a população transformou-se em uma batalha diária contra o descaso e a desvalorização.

Por diversas vezes, fomos obrigados a trazer papel higiênico e café de casa, itens essenciais para qualquer ambiente de trabalho. O telefone do nosso setor foi cortado, impossibilitando a comunicação eficiente que precisamos manter com a comunidade. O pagamento de fornecedores frequentemente atrasado, tornou-se um lembrete constante do desprezo pelo ordenamento da gestão pública.

Uma demanda reprimida de aproximadamente cinco mil crianças com idade escolar, mas fora da sala de aula. Jovens e adultos privados de assistirem aula por falta de transporte. Essa é a administração que nos força a participar de sua campanha eleitoral.

A humilhação pela qual nós, servidores públicos, estamos passando, por parte da gestão municipal, é alarmante. Somos obrigados a comparecer aos atos de campanha do prefeito em um claro manifesto de assédio moral. Os atos da administração pública municipal caracterizam práticas abusivas e desrespeito aos nossos direitos trabalhistas

Agora, em época de campanha eleitoral, somos confrontados com uma nova exigência: carregar bandeiras, distribuir sorrisos, participar de caminhadas e bater de porta em porta em nome de um projeto político que, durante anos, ignorou nossas necessidades mais básicas. Como vocês acham que nos sentimos?

Ser servidor público é servir à comunidade, trabalhar para o bem comum, e não ser utilizado como instrumento de manobra política. Eu quero ser respeitada e valorizada. Não quero ser forçada a agir como cabo eleitoral quando o que mais desejo é poder realizar meu trabalho com dignidade, com o reconhecimento que todo trabalhador merece.

Tenho certeza que, assim como eu, muitos colegas estão cansados de serem lembrados apenas nas campanhas eleitorais, como se nossa força de trabalho, nossa dedicação e nosso esforço não fossem importantes nos outros momentos. Exigimos respeito. Exigimos que nossa voz seja ouvida não só quando é conveniente, mas durante toda a gestão.

Esta carta é um apelo, um grito por justiça e dignidade. Nós, servidores públicos, estamos aqui para trabalhar pelo povo, mas precisamos, antes de tudo, de condições humanas para realizar nossas funções. Queremos continuar servindo a todos, mas exigimos que nos tratem como merecemos: com respeito, reconhecimento e dignidade.

Atenciosamente,
Uma servidora municipal e tantos outros colegas que compartilham dessa mesma dor.