Afora os problemas pelos quais passa toda cidade em desenvolvimento, Paulo Afonso sofre, atualmente, com significativos problemas de ordem público-administrativa. A pesar da recém criada Guarda Municipal, a segurança pública agoniza do centro até aos mais recônditos lugares do município, haja vista o crescente número de furtos de veículos automotores, assaltos a domicílios e, infelizmente, homicídios.
O trânsito se apresenta substancialmente caótico, muito embora uma corporação dos agentes desta categoria tenha também sido criada recentemente.
As mazelas do município não param por aqui. As concessionárias de água e luz parecem viver em uma eterna e acirrada disputa pelos préstimos dos piores serviços, pois são inúmeros os domicílios que, freqüentemente, vêem-se privados do sagrado direito ao consumo da água e luz, e a cidade, talvez por ironia do destino, tem como perífrase o título de capital da energia, cuja matéria prima é exatamente a água.

O caos também se estende ao transporte coletivo urbano, cujas empresas detentoras da concessão pública municipal parecem desconhecer os limites dos serviços de má qualidade. A propósito, uma dessas empresas apresenta-se em estado de pré-falência e já não dispõe da mínima condição de permanecer atuando, todavia o poder público municipal, estranhamente, teima em não abrir licitação nesta área, impingindo aos usuários a impiedosa condição de se locomoverem em verdadeiras sucatas.

São inúmeros os bairros da cidade em que os moradores se encontram privados do uso do telefone público pelo simples fato de que não existe uma freqüente manutenção. As correspondências não obedecem ao mínimo de pontualidade, chegando ao seu destino com uma significativa freqüência de atraso.

O presidente da Associação dos Moradores do Bairro Sal Torrado, o senhor Moisés Raimundo da Silva, foi enfático ao denunciar, em carta aberta à comunidade, a atual situação na qual se encontra o bairro em que reside. Segundo Moisés é estarrecedora a situação em que ora se encontra o Sal Torrado e alerta para o delicado problema de menores infratores que ameaçam adultos e, inclusive, andam armados. Como se pode ver, a desordem público-administrativa campeia em Paulo Afonso e os ventos da boa disposição das coisas parecem não querer soprar por estas bandas.
Sem uma política sólida de desenvolvimento econômico e social, o município não se encontra preparado para o inevitável crescimento populacional que já se faz notar nas inúmeras invasões de terrenos que prenunciam intempéries ainda maiores.