Receio que a Câmara de Vereadores de Paulo Afonso tenha se transformado em uma instituição desarranjada de moral e bom senso, digo isso porque as ações parlamentares estão conjugadas com uma subserviência e bajulação nunca outrora vistas naquela casa.

Subserviência porque chega a ser humilhante o comportamento de viés servil aos desejos (ou deveria dizer caprichos) do prefeito. A Câmara, lamentavelmente, não se imiscui em assuntos cujo teor se contraponha às aspirações do Executivo, ainda que estes sejam notadamente de interesse público.

Bajulação porque já se tornou um ritual a concessão de títulos de cidadão, e o que é pior, sem qualquer critério, obedecendo apenas ao ego sedento de afeto dos “nobres” vereadores. Esta desarrazoada atitude da Câmara de Vereadores se apresenta nitidamente em descompasso com o grau de aceitação do pauloafonsino.

Os panegíricos apresentados naquele parlamento em favor de pessoas que não mantem o mínimo relacionamento com o município dão a exata medida do estado de puxa-saquismo no qual se encontra a Câmara de Vereadores.

Quando indagados a respeito do festival de títulos de cidadão pauloafonsino que a Câmara tem distribuído, alguns vereadores tentam justificar suas descabidas ações através do disparatado argumento de que apenas querem ser justos o que me faz citar Plutarco: “o cúmulo da injustiça é querer passar por justo sem ser”.

O fato é que a Câmara de Vereadores de Paulo Afonso há tempos se comporta de maneira contrária à razão, legislando em causa própria e à revelia dos anseios populares, assentada na bajulação e no servilismo, porém avessa a ética e a moral.