Os evangélicos tem por princípio a monogamia, por isso a questão “sexo” só pode ocorrer se for com o cônjuge e após o casamento. Contudo, “Deus não se importa com o que o casal faz entre quatro paredes”, acredita João Ribeiro, proprietário da sexshop Secret Toys e membro da Congregação Cristã do Brasil.
“Na igreja, não falamos que vendemos produtos eróticos porque isso pode gerar constrangimento. Se perguntam, explicamos que somos consultores de casais e isso desperta muita curiosidade”, diz Lídia. “Sempre ouvimos: “Mas ajudam como?”. Respondemos que ajudamos o casal a se reaproximar e até esquentar a relação”, esclarece Ribeiro.
Para ele e muitos outros evangélicos, as regras e os medos foram impostos por homens, no início da Igreja Cristã. De fato, algumas denominações defendem a completa liberdade dentro de quatro paredes. Por outro lado, outros pastores ainda condenam o sexo oral e anal, também proibidos pela Igreja Católica.
A própria Bíblia está cheia de orientações sobre comportamento afetivo e sexual entre casais. O apóstolo Paulo enfatizou que homem e mulher devem sempre manter um acordo sobre suas relações sexuais a fim de evitar tentações (1 Cor 7:5). Diante de tantas pressões, o escritor do maior número de cartas do Novo Testamento sintetizou muito bem: Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por elas (1 Cor 6:12). Assim sendo, o que seria lícito ou não para um casal cristão nos momentos de intimidade?
Sais de banho e óleos afrodisíacos, vibradores, cintas de couro masculinas e femininas, massageadores, elementos de sadomasoquismo e fantasias, alongadores penianos, próteses, roupas íntimas comestíveis para homem e mulheres, géis, pomadas, lingeries e toda sorte de produtos estimulantes para uma relação sexual são encontrados em sexshops, com preços que estão longe de serem prazerosos, elas aguçam a curiosidade de muitos. É o caso de Lídia Gomes (nome fictício). Evangélica desde criança e casada recentemente, ela não vê qualquer tipo de problema em frequentar uma dessas lojas. Muitos produtos que existem ali eu não gosto, mas não vejo problema em utilizar alguns para satisfazer os desejos em comum com meu marido, admitiu.