Benefício é depositado diretamente na conta do servidor e não aparece no setor de transparência da Casa Legislativa




O antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) destinou ao menos R$ 442,8 mil em auxílio-alimentação para Fabrício Queiroz, sua família, a mãe do ex-policial Adriano da Nóbrega e sua ex-mulher. A informação é do jornal O Globo.

O benefício é depositado diretamente na conta do servidor, sem registro ou desconto nos contracheques. Assim, ele não aparece no setor de transparência da Assembleia do Rio de Janeiro. O jornal obteve os registros após entrar com pedido por meio da Lei de Acesso à Informação.

Além de Queiroz, receberam auxílio-alimentação sua mulher, Márcia Aguiar, suas filhas, Nathália e Evelyn, e a enteada, Evelyn Mayara. Eles tiveram ao menos R$ 338,1 mil creditados em conta, mas o valor pode ser ainda maior, pois a Alerj só tem informações sobre o benefício por pessoa a partir de 2011. 

A ex-mulher de Adriano, Danielle Mendonça, e a mãe, Raimunda Veras, receberam R$ 104,7 mil em auxílio-alimentação. O jornal ressalta que Danielle foi nomeada em setembro de 2007. Em alguns meses, o benefício de Queiroz chegou a R$2.740,50, valor que se somava à remuneração. 

O Ministério Público do Rio de Janeiro suspeita que Danielle e Raimunda eram funcionárias fantasmas. A mãe de Adriano ficou no gabinete entre maio de 2016 e novembro de 2018. Nesse período, recebia uma média de R$ 1,7 mil em vale-alimentação por mês.

Adriano era acusado de comandar a milícia Escritório do Crime e foi morto em um confronto com policiais em fevereiro deste ano, na Bahia, onde estava foragido. Ele e Queiroz trabalharam juntos no Batalhão de Jacarepaguá.

Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, é suspeito de comandar um esquema de "rachadinhas" no antigo gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro na Alerj.