A Igreja Universal tem um plano de tomada do poder do Estado brasileiro e o seu sonho era um dia lançar a candidatura do bispo Marcelo Crivella à presidência da República.

O próprio Crivella disse em 2016 que os evangélicos têm dinheiro e aviões para uma campanha eleitoral presidencial. Ele só não disse que era um potencial candidato, mas isso ficou implícito.

Em 2018, afirmou que só o "Brasil evangélico que vai dar jeito nessa pátria".

As eleições municipais de 2020 derrubaram Edir Macedo, líder da Universal, das alturas de seus sonhos, pelo menos por ora. Crivella nem sequer conseguiu se reeleger para a prefeitura do Rio.

Sem saber como lidar com a pandemia do coronavírus, Crivella foi talvez o pior prefeito do Rio até agora. Ele conseguiu piorar o já péssimo serviço de saúde, por exemplo.

Boa medida disso se deve ao fato de ele ter misturado a sua religião com a administração pública, com um descarado e vergonhoso favorecimento aos evangélicos. Mandou o Estado laico às favas.

Crivella governou o Rio como um pastor da Universal. Discriminou o Carnaval, os homossexuais, as artes e os movimentos sociais. E deixou a cidade ao léu.  

Certamente o Rio não pode ser considerado uma síntese do Brasil, mas uma coisa é certa: os ventos da política mudaram e a fragorosa derrota de Crivella é um indicativo de que os brasileiros não elegerão nas próximas eleições um presidente como tem sido Bolsonaro, obscurantista, negacionista, fanático religioso e incompetente. Um obtuso em todos os sentidos dessa palavra.

O Brasil vive dias dramáticos: começou a segunda onda do coronavírus e o desemprego é desesperador.

Ao menos há uma boa notícia: o Rio colocou para correr o seu Bolsonaro e o mesmo ocorrerá em dois anos com aquele que está em Brasília.