O senador Renan Calheiros (MDB-AL), em conversa com a IstoÉ, fez uma análise do cenário político brasileiro – como a questão do impeachment do presidente da República -, avaliou as eleições para as mesas diretoras da Câmara e Senado e criticou o atual recesso parlamentar no Congresso Nacional.

O senador alagoano analisou ainda a operação Lava Jato e comentou sobre uma possível criminalização da política como estratégia de grupos da Justiça para eleger Bolsonaro. Sobre o impedimento do presidente, o senador disparou: “Tirar Bolsonaro para colocar Mourão, do ponto de vista democrático, não agrega nada”.

Político experiente, com mais de quatro décadas na vida pública, ele está em seu quarto mandato consecutivo de senador e já foi ministro da Justiça, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Calheiros entende que o Congresso Nacional falha ao estabelecer um recesso parlamentar neste momento de crise política, econômica e sanitária. “Ao não deliberar, o Congresso, em recesso parlamentar, criou um vácuo muito grande. O que é muito ruim e não colabora em nada com o país. Não temos o orçamento, não temos vacina, não temos auxílio emergencial, não temos uma agenda econômica. E temos a maior taxa circunstancial de desemprego, as empresas continuam quebrando, o capital internacional foi embora e o Congresso em recesso”, critica.

Ainda sobre o parlamento, o senador comentou a eleição para a presidência das duas casas, marcada para o início de fevereiro. “Acho que nesse momento, de crise política e sanitária, ter tanto na Câmara como no Senado comandos aliados à Presidência da República é algo muito ruim. Por isso, apoio a Simone Tebet para que possamos garantir a independência, a separação dos poderes e a própria renovação.”

No Senado, quatro parlamentares disputam a cadeira do presidente Davi Alcolumbre (Democratas-AP) para os próximos dois anos. Anunciaram as candidaturas Simone Tebet (MDB-MS), o governista Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Major Olimpio (PSL-SP) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO). Novas candidaturas podem ser apresentadas até o dia da eleição.