O Senado da Argentina aprovou na madruga desta quarta-feira o projeto de lei (30) da legalização do aborto até a 14ª semana de gestação. Houve 38 votos a favor e 29 contra. A medida já tinha passado pela Câmara.


País onde nasceu o Francisco, a Igreja Católica fez forte oposição contra a medida. O papa é um grande perdedor porque participou da campanha contra o projeto de lei, ainda que discretamente, nos bastidores.

O projeto de lei é de autoria do presidente Alberto Fernández, que vai sancioná-la rapidamente. Em sua campanha eleitoral, ele defendeu que a mulheres tenham poder de decisão sobre o seu próprio corpo.

Pelo Twitter, Fernández comemorou:

"O aborto seguro, legal e gratuito é lei. Hoje somos uma sociedade melhor, que amplia os direitos das mulheres e garante a saúde pública."

O Congresso já tinha votado o direito ao aborto em duas oportunidades em menos de três anos

Agora, a Argentina se tornou o 67º país a adotar a medida.

Pela nova lei, as mulheres só ficarão impedidas de interromper uma gravidez após a 14ª semana de gestação.

Mesmo assim, após esse período, a gestação poderá ser interrompida em caso de risco de vida da gestante ou quando a concepção ocorrer por estupro.

A aprovação do projeto de lei fortalece o movimento pró-aborto no Brasil e demais países da América do Sul.

Ao ser entrevistada pela imprensa, uma militante de 91 anos fez um comentário que se aplica em parte ao Brasil: “O aborto sempre existiu na Argentina, só que não era legalizado”.