Demitido da Defesa, general afirmou a ministros que não haverá respaldo a ofensivas de Bolsonaro contra a democracia





O general Fernando Azevedo e Silva, demitido do Ministério da Defesa nesta segunda-feira (29), afirmou a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que não há risco de politização das Forças Armadas e que os órgãos não irão se inclinar a eventuais medidas autoritárias do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Alguns integrantes da corte viram com preocupação as mudanças no governo, mas Azevedo procurou tranquilizar ministros do Supremo.

O presidente da corte, Luiz Fux, lembrou que Azevedo permanece como general e afirmou que a saída dele do cargo demonstra que os membros do Exército estão comprometidos com a democracia e a Constituição. Na avaliação compartilhada pelo ministro com pessoas próximas, Azevedo deixou o primeiro escalão da Esplanada porque estava insatisfeito por não ser ouvido por Bolsonaro e porque se recusou a politizar as Forças Armadas. Integrantes da corte lembram que, nos momentos em que Bolsonaro insinuou usar o exército para resolver seus embates políticos, Azevedo procurava ministros do Supremo nos bastidores para tranquilizá-los.

Apesar disso, Fux tem feito a análise de que o general Braga Netto, que assumirá o Ministério da Defesa, preservará uma boa interlocução com o STF. Manter uma relação com o mesmo nível, porém, não será fácil, uma vez que o ex-ministro era próximo do Supremo e conhecia a corte por dentro. Antes de assumir o cargo no primeiro escalão do governo federal, Azevedo era assessor de Dias Toffoli na presidência do STF.