Hospitais das Forças Armadas têm 85% dos leitos vazios e se recusam a atender civis. Enquanto isso, a rede nacional agoniza e as pessoas continuam morrendo nas filas de espera


Com vagas reservadas para atender militares, tem até 85% das vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ociosas. O percentual foi divulgado após a determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). Em todo o Brasil, pacientes tem enfrentado filas para conseguirem ser internados. As informações são da Folha de S.Paulo.

O TCU está investigando possíveis irregularidades por parte do Ministério da Defesa, Exército, Aeronáutica e Marinha, que não ofertaram a civis leitos atendidos a pacientes com Covid-19 em unidades militares de saúde. Essas unidades consumiram pelo menos R$ 2 bilhões do Orçamento da União em 2020, segundo auditoria do TCU.

Segundo os auditores, os hospitais militares deveriam fazer convênios com o SUS para ampliar atendimentos à população durante essa fase mais crítica da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Ainda de acordo com o tribunal, a reserva de vagas a militares contraria princípios da dignidade humana e viola o dever constitucional do Estado de oferecer acesso à saúde de forma universal.