Uma sessão da Primeira Câmara no Tribunal de Contas, no dia 14 de dezembro, vai parar na Justiça e mostra bem o clima por lá entre alguns conselheiros.

Ao responder a uma cobrança, na sessão, feita pelo conselheiro Rodrigo Cavalcante (oriundo do quadro de procuradores), o também conselheiro Anselmo Brito – que foi auditor da corte - fez insinuações graves à vida pessoal do colega. 

É briga engarrafada, fica claro no vídeo, mas não poderia descambar para a baixaria explícita gravada e publicada, só hoje, após a provocação do blog.

(Deixo de publicar o conteúdo da sessão – que está disponível no YouTube - porque não acho relevante para esta matéria, a não ser para o escândalo - é só uma opinião, mas é a minha opinião.)

O clima esquentou, a sessão da Primeira Câmara foi encerrada e não havia sido postada, até agora, por decisão do presidente do TC, conselheiro Otávio Lessa, que preferiu esperar para que os ânimos serenassem.

“É a imagem da instituição Tribunal de Contas que está em jogo”, disse ele ao blog

Lessa ainda afirmou que conversou com o conselheiro Rodrigo Cavalcante por várias vezes. Este, “constrangido”, inicialmente achou que a melhor solução seria a não divulgação “das baixarias”, mas mudou de opinião e solicitou que a sessão chegasse finalmente ao YouTube.

Cavalcante disse que vai à justiça contra o colega, além de buscar punições dentro dos órgãos de correição do próprio TC.

De novo?

Não é a primeira vez que o conselheiro Anselmo Brito é denunciado por integrantes do Tribunal de Contas.

Além de uma ação que se encontra no TJ, em grau de recurso - Brito ganhou na primeira instância –, apresentada  pelo jornalista Geraldo Câmara, um episódio ainda mais grave espera pela decisão dos próprios conselheiros. Ele é acusado de assédio por uma servidora da casa, conforme matéria que eu publiquei, em agosto de 2020 (veja texto abaixo).

Indaguei ao presidente Otávio Lessa o motivo de tanta demora. Ele explicou que o colegiado está esperando o parecer da conselheira Rosa Albuquerque, muito ligada a Brito.

Eis a matéria (publicada no TNH1):

“Numa iniciativa inédita, o Tribunal de Contas do Estado de Alagoas abriu um Processo Ético contra um dos seus conselheiros.

Trata-se de Anselmo Brito, que foi denunciado por assédio moral pela funcionária Cristiane Michele de Araújo Lima, que ocupa o cargo de diretora de Fiscalização e Movimentação de Pessoal.

Em depoimento ao conselheiro Rodrigo Cavalcante, ouvidor do TCE e que preside a comissão que analisa o caso, ela afirmou que em 16 de agosto de 2019 foi abordada no estacionamento do palácio de vidro da Fernandes Lima pelo conselheiro Anselmo Brito, que a teria tratado “de forma arrogante e intimidativa, acompanhado de um policial militar”, ao cobrar dela explicações funcionais.

Brito negou ao colega que tenha dispensado este tratamento à funcionária do TC, mas teve a defesa prévia rejeitada pelo ouvidor, que decidiu pela abertura do Processo Ético.

Não é sensato esperar grandes avanços nesse território, mas há de se ressaltar a coragem da servidora e o ineditismo da sua denúncia.”

(Ricardo Mota - cadaminuto.com.br)