Os doadores regulares de sangue podem ganhar novos benefícios se o projeto (PL 7552/10) do deputado Capitão Assumção, do PSB do Espírito Santo, for aprovado.

Para ser considerado doador, a pessoa de 18 a 65 anos tem que retirar sangue pelo menos duas vezes no ano.

A partir do recebimento da Carteira Nacional de Doador de Sangue, prevista no projeto, os benefícios vão desde a isenção no pagamento de taxa de inscrição em concurso público, desconto de meia entrada para exposições, cinemas e teatros, até desconto de cinco por cento na compra de livros didáticos, mesmo acumulando com outras promoções de preços.

De acordo com o parlamentar, ampliar os direitos dos doadores regulares de sangue deve estimular a presença de mais pessoas nos hemocentros do país.

"Você tem muito tabu de que a doação é dolorosa, que você pode ser contaminado por doença, então tenho convicção de que também tem que ter uma campanha por parte dos órgãos receptores, chamando os jovens para poder participar desse ato para que os nossos bancos de sangue voltem ao patamar razoável, hoje já estão num sistema crítico"

A reposição dos estoques nos bancos de sangue para ajudar a salvar vidas é a preocupação de pessoas como Marcelo Rech, 39 anos, que há quatro anos é doador regular do hemocentro de Brasília.

Marcelo afirma que qualquer estímulo que o Estado ofereça ao cidadão é bem-vindo, mas acredita que não será uma lei que vai mudar o preconceito contra a doação de sangue.

"Você simplesmente fazer uma lei em que a pessoa vai ter uma isenção na inscrição de concurso público, de vestibular, um maior acesso à cultura, isso necessariamente não significa que aquilo vai aumentar o número de doadores, que é o que acredito a necessidade maior. O que vai realmente determinar isso é uma grande campanha de massa que explique às pessoas que não há nenhum perigo de você ser doador, e também de como esse gesto, que é o meu caso, faz muito mais bem para quem doa do que para quem vai receber esse sangue"

De acordo com dados do Ministério da Saúde, em todo o Brasil, os índices de doação de sangue são baixos: a cada cem pessoas apenas duas contribuem. A média recomendada pela Organização Mundial de Saúde é de cinco doadores a cada grupo de cem pessoas.

O projeto será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.