A Câmara de Vereadores votou no último dia 21 Projeto de Lei de autoria do Executivo que instituía o Cartão do Cidadão; uma troca da cesta básica pela soma de R$ 52,50 (cinqüenta e dois reais e cinqüenta centavos). Idéia copiada do programa federal Bolsa Família, o Cartão do Cidadão peca pelo irrisório valor destinado às famílias, mas traz em si um forte apelo eleitoreiro o que, aliás, fez a prefeitura se valer de um ato de fisiologismo para garantir a aprovação do seu projeto.

Aproveitando-se da desinformação de gente humilde e ingênua, a PMPA lotou o plenário da Câmara para pressionar os legisladores da bancada de oposição e orientou alguns dos seus subalternos para vaiar qualquer manifestação contrária ao seu projeto.

Durante o Grande Expediente, quando os vereadores fazem uso da tribuna para expressarem seus pensamentos, o feitiço começou a virar contra o feiticeiro após o povo ouvir dos legisladores indagações sobre a maternidade do Hospital Municipal de Paulo Afonso, PSFs sem médicos e contratações artísticas milionárias entre outras aberrações. As vaias não só cessaram como foram substituídas pelos aplausos.

Muitas das pessoas levadas à Câmara pela prefeitura diziam não saber o que estavam fazendo ali, mas que lhes havia sido pedido para repudiar com vaias e assovios qualquer manifestação contrária ao Cartão do Cidadão.

O circo armado pela Prefeitura Municipal de Paulo Afonso demonstra quão provinciano ainda é o modo de se fazer política no município e, o pior: não há o mínimo de respeito pelos munícipes, interessando apenas dividendos político-eleitoreiros.