Ouvi de uma pessoa que Paulo Afonso tem hoje uma invejável infraestrutura. Acredito que tal afirmação é bastante relativa dado o significado da palavra, pois entende-se por infraestrutura os serviços básicos de uma sociedade tais como redes rodoviárias, rede de esgotos, entre tantos outros serviços. Na verdade são evoluções qualitativas e quantitativas sobre os quais se assenta o desenvolvimento social.

É bem verdade que Paulo Afonso deu um salto de qualidade nas duas últimas décadas impulsionado pelo corte do cordão umbilical que ligava a cidade à CHESF. Houve um grande crescimento do mercado imobiliário bem como da rede hoteleira, mas os serviços, de uma forma geral, continuam essencialmente ruins. Senão, vejamos:

Restaurantes - com raríssimas exceções, o cardápio dos nossos restaurantes são inspirados em botequins da periferia da capital paulistas onde os pauloafonsinos da várzea especializaram-se em criar um arremedo de feijão tropeiro;

Transporte - o transporte coletivo é precário, além de que não atende a demanda do crescimento populacional e uma – de apenas duas empresas existentes no setor – está com sua frota sucateada; não temos transporte aéreo.

Assistência Jurídica - o município, há muito, carece de defensores públicos, a estrutura administrativa da Defensoria Pública precisa ser fortalecida e melhorar o atendimento aos asistidos em Paulo Afonso;

Cidadania - somos a única cidade do estado com mais de cem mil habitantes que não possui uma unidade do SAC fixo e que não temos também uma unidade do PROCOM;

Saúde - a cidade padece pela falta de uma UTI e o Hospital Nair Alves de Souza vive a reboque da Chesf, que não tem mais nenhum interesse em prover a unidade hospitalar.

Medicina Legal - só temos médicos legistas nos finais de semana, o que aumenta a dor de uma família que precisa esperar o corpo de um ente querido ser enviado à outra cidade para fazer a autópsia.

Entretenimento – a cidade não possui cinema e nem teatro, não possui sequer uma biblioteca decente.

Como podemos ver a infraestrutura de Paulo Afonso não é tão invejável assim. Precisamos melhorar e muito, todavia continuamos esperançosos em dias melhores.