Muitos brasileiros já tiveram seus nomes indicados ao prêmio Nobel, mas, infelizmente, jamais algum deles conseguiu ser laureado. Aliás, houve muitas injustiças desde que a Fundação Nobel foi criada, em 1901, com a finalidade precípua de agraciar aqueles que, de alguma forma, se destacaram em determinado campo do conhecimento humano. Cito dois dos mais injustiçados: Santos do Mont e Mahatma Gandhi.

Entre outros tantos nomes brasileiros indicados ao Nobel tivemos o de Dom Hélder Câmara, o do sociólogo Betinho, o de Dom Paulo Evaristo Arns, o da Zilda Arns, o da irmã Dulce e o do pastor Manoel Ferreira. Mas, infelizmente, todos ficaram apenas na indicação.

Na última semana o Senado Federal indicou o nome do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna ao Nobel de Literatura. Acredito não haver hoje, no Brasil, nenhum nome que nos represente melhor na arte literária. Dono de um estilo híbrido, que mistura o popular com o erudito, Suassuna é autor de uma das mais belas obras da literatura universal: A Pedra do Reino.

Mas dois fatores devem ser levados em consideração e que pouco ou nada contam em favor do brasileiro. À exceção de Paulo Coelho, os autores brasileiros têm imensa dificuldade de serem publicados em outras línguas muito embora o “Auto da Compadecida”, de Suassuna, tenha sido publicado em 35 idiomas fato que não aconteceu com outras obras do escritor. Outro relevante fator é que o peruano Mario Vargas Llosa, que ganhou o Nobel em 2010, assim como o mestre Ariano é Sul-Americano o que torna a tarefa um pouco mais difícil.

Em todo caso creio que pelo conjunto da obra Suassuna tem boas chances de tornar-se o primeiro brasileiro a conquistar o Nobel o que seria, diga-se de passagem, um feito mais que merecido. E por que, não?