O Conselho de Direitos Humanos da ONU sugeriu que a Polícia Militar fosse abolida no Brasil. O Conselho acatou sugestão apresentada pela Dinamarca, que acusou a PM de cometer execuções sumárias e violações. Não vou, aqui, tratar do modus operandi da instituição – que cabe uma reflexão à parte -, mas apenas e tão somente de sua estrutura que se assenta em um modelo de segurança caro e falido.

A polícia militar brasileira subverte a lógica do bom senso: impõe medo ao invés de respeito e está sucateada pela exorbitância do seu efetivo. Na Bahia existem cerca de 30 mil policiais militares, quando sabemos que a excelência do serviço não advém do seu expoente numérico.

A eficiência e a transparência nunca foram pilares da polícia militar, uma vez que esta se encontra fortemente arraigada a um modelo obsoleto importado da virulência e repressão das Forças Armadas.


Desde a redemocratização a polícia militar ainda não descobriu qual é o seu verdadeiro papel e tem se caracterizado como um braço armado das elites. A sociedade vive sufocada pela ação pouco ou nada respeitosa da polícia, cuja obrigação era salvaguardar-lhe de atos delituosos.

Durante o exercício financeiro não são raras as vezes que o governo tem que lançar mão do contingenciamento a fim de frear os gastos com a polícia militar resultando em situações vexatórias como ausência de rondas policiais por falta de combustível nas viaturas, falta de manutenção nas viaturas e uso de armamento ultrapassado entre outras aberrações.

É óbvio que a ONU balizou seu argumento em infindáveis relatórios que apontam a extravagância da polícia militar no Brasil, pois as Nações Unidas jamais emitiriam um parecer no qual não pudessem ser atestadas infindáveis irregularidades.

Definitivamente um modelo de gestão alicerçado em parâmetros sólidos que possibilitem uma melhor estrutura da segurança pública, não passa pelo combalido sistema da polícia militar.