A sessão legislativa municipal do dia  três foi marcada pelo pugilismo verbal entre dois dos mais conspícuos representantes do que há de mais anacrônico na política. Na pauta do embate, um requerimento de autoria do vereador Antônio Alexandre (PL)  solicitando o retorno do Doutor Túlio ao exercício de suas atividades de medicina no PSF do BTN III.

Doutor Túlio tinha por hábito chegar ao local de trabalho antes do horário normal de expediente do funcionalismo o que, para o vereador Luiz Aureliano (PT), altera a rotina de funcionamento do PSF ainda que a atitude do médico seja uma prática simpática aos moradores daquele bairro.

Pautado pelo fisiologismo, que, aliás, sempre foi sua prática, Alexandre rebateu o colega de bancada argumentando que “deve prevalecer a vontade do povo.”

Na verdade deve prevalecer a vontade do médico pois, de acordo com o artigo 59 da CLT Consolidação das Leis Trabalhistas), a duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de duas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.

Desta forma, um bom diálogo entre o médico e o gestor público definiria a questão de maneira diplomática sem ter, necessariamente, que passar pela inoportuna discussão legislativa através da qual dois vereadores buscam tirar proveito pessoal.