Senador afirmou também que o filho do presidente chegou à CPI "apavorado" naquele dia e que agrediu verbalmente o relator da comissão "para o pai postar" na sequência



O relator da CPI do Genocídio, Renan Calheiros (MDB-AL), comentou neste domingo (16), em entrevista à TV Globo, a discussão que teve com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na última quarta-feira, durante depoimento do ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten.

De acordo com Renan, ‘miliciano’ considera vagabundo toda a pessoa que o enfrenta.

“Eu aproveito a oportunidade para falar daquele episódio do xingamento de vagabundo. Isso é uma coisa da cultura do Rio de Janeiro. As pessoas que moram no Rio de Janeiro sabem que o miliciano tem uma cultura diferente. Ele nunca considera que é criminoso, que está cometendo dano à vida das pessoas, que está traficando, não. Ele acha que não é criminoso e considera que é vagabundo toda a pessoa que o enfrenta”, afirmou Renan em entrevista à GloboNews neste domingo.

Logo após Renan Calheiros defender que Fábio Wajngarten, seja preso por mentir em depoimento, Flávio Bolsonaro foi à comissão defender o ex-secretário e xingar o relator.

“Na minha opinião, não houve nenhuma mentira. Há claramente senadores que querem usar isso aqui de palanque. Presidente, eu peço que siga na linha que colocou. Que a CPI busque colaborar com a vacina, salvar vidas e não fazer de palanque como tenta o senador Renan Calheiros a todo momento. Imagina a situação: um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como Renan Calheiros”, disse o filho do presidente Jair Bolsonaro, que só apareceu no final da sessão.

Durante a entrevista, Renan ainda fez críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido):

“O governo não tem argumentos, vive só de agredir, de xingar, de provocar, em um esforço diário para tirar a CPI do seu roteiro e para colocar, na discussão que cada vez mais convence a sociedade, uma discussão emocional, de alguém que tenta de todas as formas minimizar o debate que fazemos ali na CPI”, afirmou.

Renan afirmou também que o filho do presidente chegou à CPI “apavorado” naquele dia e que agrediu verbalmente o relator da comissão “para o pai postar” na sequência. No mesmo dia, Bolsonaro compartilhou a ofensa proferida pelo filho em uma rede social.

Renan defendeu ainda a convocação do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) que, segundo representante da Pfizer, participou de reunião no Palácio do Planalto sobre vacinas da farmacêutica.

“O que nós precisamos agora, depois das confirmações em relação a sua participação no gabinete das sombras, é quebrar o sigilo dessa gente toda para que a investigação também nessa direção, efetivamente, comece a andar. Em sendo, mais adiante, necessária a sua convocação, nós vamos convocá-lo [Carlos Bolsonaro]. Eu defendo que seja convocado”, disse o emedebista.